Vultures 2 chega cercado de provocações enquanto Taylor Swift consolida reinado histórico na Billboard

Kanye West e Ty Dolla $ign finalmente lançaram Vultures 2, a aguardada sequência do projeto colaborativo que dominou as paradas no início do ano. Disponibilizado nas plataformas de streaming após uma série de incertezas e adiamentos, o disco de 16 faixas não demorou a gerar burburinho, e não foi apenas pela sonoridade. Mantendo sua tradição de polêmicas, Ye voltou a mirar em um alvo recorrente: Taylor Swift. Desta vez, a menção envolve também Travis Kelce, atual namorado da estrela pop e jogador de futebol americano.

As novas alfinetadas e o histórico de rivalidades

A controvérsia surge na faixa “Lifestyle”, que conta com a participação de Lil Wayne. É Wayne quem entoa o verso que rapidamente capturou a atenção das redes sociais: “I twist my Taylor spliffs tight at the end like Travis Kelce” (algo como “Eu torço meus charutos Taylor bem apertados no final, como Travis Kelce”). Embora a linha seja cantada pelo convidado, a inclusão no álbum de West é vista como mais um capítulo na longa e conturbada relação entre o rapper e a cantora.

Não é um caso isolado. No primeiro volume de Vultures, lançado em fevereiro, Kanye já havia se comparado a uma figura messiânica citando o sucesso de Swift na música “Carnival”. Essa insistência em referenciar a artista remonta ao infame incidente do VMA de 2009 e ganhou contornos mais agressivos em 2016, com o lançamento de “Famous”. Na ocasião, West afirmou em verso que “fez aquela vadia famosa”, gerando uma guerra de narrativas sobre se Taylor havia ou não aprovado o conteúdo lírico — algo que sua equipe sempre negou veementemente no que tange à parte ofensiva.

Expansão do universo Vultures

Para além das fofocas, Vultures 2 busca replicar o sucesso comercial de seu antecessor. O primeiro disco da dupla marcou um retorno triunfal para West nas paradas, sendo o primeiro trabalho dele a segurar o topo por mais de uma semana desde Watch the Throne. A nova compilação resgata faixas que ficaram de fora do corte anterior, como “Slide” e “Time Moving Slow”, e traz um elenco pesado de colaboradores, incluindo Future, Playboi Carti, Don Toliver e Young Thug.

A estratégia de divulgação continua agressiva e global. Kanye e Ty Dolla $ign têm agendadas “experiências auditivas” — festas de audição do álbum — na Coreia do Sul e em Taiwan, sinalizando a intenção de manter o projeto em evidência internacionalmente, aproveitando o impulso que levou hits como “Carnival” ao primeiro lugar da Billboard Hot 100 meses atrás.

O domínio inabalável de Taylor Swift

Enquanto seu nome circula nos versos do novo projeto de Kanye, Taylor Swift segue inalcançável no topo da indústria fonográfica. Seu single “The Fate of Ophelia” completou a sétima semana consecutiva liderando a Billboard Hot 100. O feito é significativo: dentro da discografia da cantora, a faixa agora empata com o clássico “Blank Space” e fica atrás apenas do sucesso massivo de “Anti-Hero”, que reinou por oito semanas.

O desempenho de “The Fate of Ophelia” é histórico para o cenário pop geral. Nenhuma música conseguia passar suas primeiras sete semanas na posição número 1 desde o fenômeno “Butter”, do BTS, em 2021. Se considerarmos estreias consecutivas no topo, Swift iguala marcas que não eram vistas desde “Drivers License”, de Olivia Rodrigo.

Números que definem uma era

A força de Taylor se reflete em todas as métricas de consumo. Na semana de rastreamento mais recente, a faixa acumulou 23,4 milhões de streams oficiais e registrou um aumento na audiência de rádio, alcançando 62,8 milhões de impressões. Mesmo com uma queda nas vendas digitais, a música mantém uma estabilidade invejável, apoiada inclusive pela venda estratégica de singles físicos em CD.

O sucesso do single impulsiona — e é impulsionado — pelo álbum pai, The Life of a Showgirl. O disco brilha no topo da Billboard 200 também pela sétima semana, criando um cenário de “dominância dupla” raríssimo. Esta é a primeira vez na história que um artista consegue manter tanto o álbum quanto o single de estreia no topo das duas principais paradas simultaneamente durante as primeiras sete semanas. Enquanto clássicos sazonais como “All I Want for Christmas Is You”, de Mariah Carey, começam a reaparecer no Top 10, o momento atual da música americana ainda pertence, indiscutivelmente, a Taylor Swift.